Categoria 1 | Matheus Montanari
A paisagem é muito mais do que um pano de fundo onde se desenrola a ação. Ela é também algo da ordem da ação, contemplando dimensões espaço-temporais que encapsulam uma série de elementos sociais, tecnológicos e estéticos. Com a lógica algorítmica emergente e onipresente, temos que considerar esses elementos como agentes e como parte da paisagem. Para isso, o trabalho explora o uso de sistemas de Inteligência Artificial para a criação poética dentro do contexto da paisagem urbana.
O trabalho consiste em três processos distintos, em que cada um alimenta o seguinte com seus resultados. O primeiro é uma performance que culmina em uma caminhada algorítmica por duas cidades diferentes: Paris, na França, e Caxias do Sul, no Brasil. Essa ação produz mais de 10.000 imagens, usadas como um conjunto de dados. A segunda parte consiste na análise dessas imagens por um software de aprendizado de máquina criado para este projeto. O software faz uma busca reversa de imagens e encontra os locais mais semelhantes nas duas cidades geograficamente distantes.
A terceira parte do projeto consiste em várias operações poéticas nessas imagens, impressas em lâminas de acrílico, que são digitalizadas e se combinam em diferentes níveis de opacidade, gerando uma nova imagem do lugar intermediário. Assim, é gerado um vídeo, quadro a quadro, que explora as dimensões da paisagem levando em consideração a camada algorítmica que a compõe.
Matheus Montanari
Título |
Paisagens Algorítmicas, 2020 |
Artista | Matheus Montanari |
Técnica | Intervenção Online |
Aquisição | Prêmio 67o Salão Paranaense |
No de Registro |
Instale a obra no seu Google Chrome
Matheus Montanari
Artista visual e pesquisador explorando as relações entre arte e tecnologia. Membro do grupo de pesquisa Poéticas Digitais coordenado por Gilbertto Prado (USP) e do Multimedia Anthropology Lab. da Universidade College London. Bacharel em Tecnologias Digitais (UCS) com período na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, mestre e doutorando em Artes Visuais na Universidade de São Paulo (USP). Atualmente desenvolve trabalhos subvertendo lógicas algorítmicas para a produção poética. Interessa-se em temas como a dualidade informação X sensibilidade, interações humano-computador, inteligência artificial, vigilância, e tecnobiodiversidade.