Categoria 2 | Diogo Duda

diogo

 

 

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Xunxo: recurso alternativo tecnicamente não adequado.
Paz-pau-brasil-pano-de-chão.
João-bobo, Zé-bobo, Chico-bobo, Eu-bobo… E a corte? Suave!
E tu, é bobo ou quer um conto? 
Da ponte pra cá (1)  tem vários: conto da democracia racial, conto da equidade de gênero, do Estado laico, da meritocracia… Carochinha aqui é mato!
E o mato, que é bom: se acabando em fogo; e o povo, junto; a mais de 500 carnavais. 
Lá: chibata; cá: bala; bancada dos “de bem”, dizem.
Abya Yala (2). No teu seio (3) : banzo e brasa.
Se pá, é POP. Diz a TV que é.
Nhanderu (4)  ?
Vai vendo: até o Watu (5)  já tingiram!
E agora, de que Vale?
Paz sem voz (6)  ainda é paz? 
Ou é xunxo?

 

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1. RACIONAIS MC’S. Da ponte pra cá. Nada Como Um Dia Após O Outro Dia (Ri Depois). São Paulo, Cosa Nostra, 2002.

2.  Designação, por parte dos povos originários, do continente também chamado de América. Disponível em: < http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/a/abya-yala > Acesso em 20 set. 2021.

3. DUQUE-ESTRADA, Joaquim Osório. Hino Nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm > Acesso em 20 set. 2021.

4. Divindade da cosmogonia Guarani. Disponível em: < https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/nhanderu-o-deus-luz-guarani-da-infinidade-das-cores/ > Acesso em 20 set. 2021.

5. KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo, Companhia das Letras, 2019. p. 40.

6. O RAPPA. Minha Alma (A paz que eu não quero). Lado B Lado A. Warner Music, 1999.

 

 

Título

Xunxo, 2020

Artista Diogo Duda
Técnica

Instalação ( Pau-brasil, pano de chão usado, cimento, PVC, isopor, tachinhas, tinta de resina acrílica)

Duração / Tamanho

50 x 50 x 200 cm

Aquisição Prêmio 67o Salão Paranaense
No de Registro 2021/1824

 

 

 

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Diogo Duda

Nascido em Curitiba e crescido em São Paulo, retornou às origens em 2012. As ditas culturas de rua (pichação, skate, punk e grafite) vivenciadas na periferia da Grande São Paulo certamente fomentaram o interesse e formação dos seus primeiros repertórios visuais. Estudou e praticou design gráfico por algum tempo antes de graduar-se no antigo curso Superior de Pintura da EMBAP/UNESPAR. Não pinta. Entre 2017 e 2018 esteve na Alemanha como intercambista da Escola Superior de Artes Städelschule. Segue hoje como artista residente no programa de residência artística oi_Monstro, na cidade de Curitiba.