Deve ser aqui

 

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24 DE SETEMBRO

Sede Adalice Araújo

 

Deve ser aqui

 

Diante de um endereço ainda desconhecido, quando não sabemos se chegamos ao lugar certo, dizemos: deve ser aqui. O Museu de Arte Contemporânea do Paraná inaugurou em 2019 a Sala Adalice Araújo, instalada no prédio do antigo Lyceu de Curitiba, que também abriga a Secretaria de Estado da Cultura. Com sua sede histórica fechada desde 2016 para reforma e restauro, o MAC passou a funcionar também em duas salas do Museu Oscar Niemeyer. Entre deslocamentos e suspensões, a Sala que homenageia uma das grandes críticas de arte do país ainda se apresenta como território a ser descoberto. É a partir desse edifício centenário que esta exposição se inscreve, propondo refletir sobre suas dimensões materiais, institucionais e simbólicas, ao mesmo tempo em que dá lugar para outras investigações sobre o espaço e o que nos rodeia.

O processo de construção da curadoria iniciou-se com uma pesquisa ao acervo, tendo o “Cenário”, de Ruben Esmanhotto, como estopim para proposições artísticas em diálogo direto com o edifício. A paisagem de Esmanhotto evoca o antigo Lyceu num tempo suspenso, quase idealizado. Hoje, o prédio exibe sinais da passagem dos anos, e essa diferença entre representação e realidade torna visível a ação do tempo sobre o patrimônio. O poste de luz figurado pelo artista foi apropriado no site specific de Vini Maia, que o contornou com fio de algodão ligando-o às árvores do jardim, criando um feixe luminoso visível desde a rua. A malha têxtil de Luísa Covolan, instalada no guarda-corpo metálico do mezanino, anuncia-se igualmente ao visitante desde a calçada. Ambos os trabalhos são, a princípio, maleáveis, mas, ao serem tensionados pelos elementos estruturais, tornam-se rígidos e interagem com a luz ao longo do dia, seja pela incidência direta desta, seja pela mesma luz que atravessa a claraboia central.

Estes projetos foram pensados a partir da assimilação dessa arquitetura, como ocorre também no trabalho “Baguncinha”, de Diogo Duda, que se utiliza das tomadas sem uso distribuídas pelos dois andares para encaixar seus adaptadores e benjamins, multiplicando as entradas de energia. Seu outro trabalho, “Equânime”, também parte do processo construtivo do encaixe, agora de copos de água, que buscam um ponto de equilíbrio no empilhamento. Os “Balaústres” de metal, de Osvaldo Marcón, em sua fragilidade construtiva, remetem aos ornamentos do próprio edifício, criando mais uma conexão entre interior e exterior. Os gestos desses artistas nos levam a reparar no que está ao redor, refletindo sobre o espaço e, ao mesmo tempo, agindo sobre ele. O duplo sentido de “reparar” torna-se central para a exposição: primeiro como notar, observar, dirigir a atenção; e, em segundo lugar, como restaurar, fixar, consertar o que se deteriorou.

As artistas Laura Ridolfi, Amanda Sanches e Isabela Picheth investigam os revestimentos cerâmicos, tão presentes nos cenários urbanos e interiores, cada uma à sua maneira. Nas pinturas de Laura, a repetição de padrões e as variações de cores criam dinamismo, vibração e tridimensionalidade que fascinam o olhar, sem deixar de esconder sua artificialidade. Esse jogo entre falso e verdadeiro motiva Amanda, que utiliza tanto azulejos reais quanto “azulejos” pintados em suas “Mentirinhas”, que seguem a lógica de um mosaico de descarte. Em contrapartida, Isabela emprega a técnica cerâmica para criar seus próprios azulejos, que se confundem com partes do corpo, sustentando uma fusão entre sujeito e objeto. Essa mesma relação aparece na pintura de Adriana Tabalipa, “Farm Food”, onde utensílios cotidianos, como frigideiras e colheres, têm suas silhuetas transformadas em padrões, gerando novas formas, quase humanas. Essas artistas exploram uma visualidade entre o superficial e o cenográfico, que seduz e convida ao mistério, o mesmo evocado pela “Persiana trompe l’oeil” de Zimmermann.

Por outro lado, os artistas Everton Leite, Ana Beatriz Artigas e Marlon de Azambuja ocupam-se das formas da casa, abordando dimensões de sua função de proteção, refúgio e sombra. Em “Para as casas que nunca morei”, de Everton, as telhas de barro aludem à cobertura de um lar imaginado, que, junto às pequenas fotografias impressas, nos permitem o descortinar de um novo lugar, criado por cada um de nós. Os “Abrigos”, de Ana Beatriz, exploram, por sua vez, não aquilo que cobre o espaço, mas seu contorno, por meio de experimentações com tecidos e linhas de costura, que se estruturam também pela interação com a luz, criando volumes inesperados nos ínfimos formatos. É ainda por meio do têxtil que Azambuja produz um estandarte em veludo vermelho, exibindo um invólucro construtivo, talvez uma gaiola ou armadilha.

A subjetividade evocada por esses trabalhos é ainda mais sublinhada pelas obras tridimensionais de João Paulo de Carvalho, Rafael Rodrigues e Isabela Picheth. As caixas de Rafael contêm um universo sentimental que desperta memórias profundas, materializadas por elementos diversos, encontrados e talvez destinados ao descarte, mas que se tornam pequenos tesouros em suas mãos. Paisagem dos dias, de João Paulo, propõe um novo lugar para a pintura, não como imagem autônoma, mas como fragmentos de um pensamento, incorporando de forma justaposta pesquisas distintas que, juntas, constroem uma nova narrativa. Os penduradores de madeira, de Isabela, sustentam partes do corpo moldadas por uma fina camada de silicone rosa chiclete. Essas propostas evidenciam a dimensão humana em relação aos objetos, confundindo-se com eles, mas também revelando a ação do sujeito sobre a matéria e sua forma.

Os processos artísticos de “Deve ser aqui” propõem um olhar renovado para o mundo, começando pelo próprio espaço expositivo, que se descortina pela interação com os trabalhos. Os artistas observam atentamente as coisas ao redor e as incorporam em suas práticas, conectadas à vida, conduzindo-nos a um novo estado de atenção e cuidado. A caçamba de pelúcia de Camille Kachani, “Invisível V”, evidencia a dimensão da manutenção como essencial aos nossos dias, lembrando-nos da delicadeza de um olhar demorado e contemplativo sobre o entorno, e assimilando, cotidianamente, que no gesto de reparar se encontra a possibilidade de criar e tornar visível o que passaria despercebido.

 

Eloisa Fenato, Isadora Mattiolli, Natália Bellos

Curadoras


Deve ser aqui
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Curadoria

Eloisa Fenato iniciou seus estudos no campo artístico no Museu Alfredo Andersen em 2015, passando pelos ateliês de desenho, cerâmica e pintura. Sua primeira formação, em Psicologia, despertou o interesse pela intersecção de diferentes campos do conhecimento com as artes em diálogo com processos contemporâneos. Atualmente cursa o bacharelado em Artes Visuais pela Unespar/Embap.

 

Isadora Mattiolli é professora e curadora. Mestre em Artes Visuais pela UFRGS, na linha de pesquisa História, Teoria e Crítica de Arte, e graduada em Artes Visuais (Bacharelado) pela UFPR. É professora na área de Produção Cultural na Embap (Unespar) desde 2019 e docente convidada na pós-graduação em História da Arte e Curadoria da PUC-PR desde 2018.

 

Natália Bellos é historiadora, jornalista, editora e professora. Iniciou seus estudos em pintura em 2021, ingressando no bacharelado em Artes Visuais na Unespar/Embap em 2023. Seus trabalhos se debruçam sobre as relações entre gestos e palavras e os desdobramentos materiais que elas podem assumir, além de explorar temáticas que envolvem corpo e memória.

curadoras

adriana tabalipa

Adriana Tabalipa (1972), artista visual nascida em Curitiba e radicada no Rio de Janeiro, atua entre as duas cidades como performer, gravadora, pintora, desenhista e livre pensadora. Iniciou sua trajetória no final dos anos 1980 e participou de exposições no Brasil e no exterior, em instituições como MAM-RJ, Instituto Itaú Cultural, Faulconer Gallery (EUA) e Museum of Latin American Art (EUA). Premiada, tem obras em coleções públicas e privadas, como a de Gilberto Chateaubriand (MAM-RJ). Sua pesquisa aborda objetos e lugares cotidianos em diálogo com o corpo humano. Atualmente, integra o BBeyond e o Live Art Ireland, com foco em performance e cinema experimental.

foto amanda sanches

Amanda Sanches é artista e bacharel em Artes Visuais pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Em sua prática, investiga reconfigurações plásticas dos materiais da arquitetura basilar — fragmentos que, uma vez suporte do habitar, tornam-se operadores de sentido no campo da arte. Seus procedimentos envolvem moldagem, repetição, modelagem, pintura e instalação, ativando relações entre o pictórico e o tridimensional, o corpo e o espaço.

ana beatriz urtigas

Ana Beatriz Artigas (1991, Curitiba/PR) é artista visual e professora. Mestranda em Processos Criativos Contemporâneos na EMBAP/UNESPAR, é formada em Pintura pela mesma instituição. Em 2024 realizou sua primeira exposição individual, Entretecendo, na Caixa Cultural Curitiba. Participou da Contextile 2022 - 6ª Bienal de Arte Têxtil Contemporânea, em Guimarães/Portugal, e da mostra O corpo na linha de borda (2021), em Curitiba/PR. Recebeu prêmios aquisitivos na 21ª Mostra Cascavelense de Artes Visuais (2019) e no 36º Salão de Artes Plásticas de Jacarezinho (2021).

Camille Kachani

Camille Kachani mescla fotografia, colagem e escultura para abordar temas como identidade e pertencimento, explorando como esses conceitos se constroem e se dissolvem a partir da cultura e de referências autobiográficas. Suas obras integram acervos dos principais museus do Brasil. Entre as exposições, destacam-se participações no MAC-SP, MAM-RJ, MAC-PR, Paço das Artes-SP, Paço Imperial-RJ, CC Hélio Oiticica-RJ, TRIO Bienal Internacional do Tridimensional (RJ, 2015), XIV Biennale Internationale de Nancy (França, 2006) e no Museum of Latin American Art (EUA, 2004).

Carlos Zimmermann

Carlos Eduardo Zimmermann (1952, Antonina-PR) estudou desenho e pintura com Guido Viaro e, com bolsas de estudo, frequentou o Royal College of Art, em Londres, e a School of Visual Arts, em Nova York. Participou das Bienais de São Paulo (1973 e 1975) e de exposições no Brasil, EUA, Europa e Japão. Premiado em diversos Salões Paranaenses e no MAM-RJ, foi reconhecido entre os dez artistas de maior destaque da década de 1970. Realizou mostras individuais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Londres e Genebra, além de retrospectivas em Curitiba. Tem obras em acervos de museus brasileiros e na coleção Gilberto Chateaubriand.

Diogo Duda

Diogo Duda é artista visual formado pela UNESPAR em 2018; em 2017 foi aluno visitante na Escola de Artes Städelschule, em Frankfurt, onde participou de mostras coletivas e apresentou a individual “Podium” na instituição "1822-Forum der Frankfurter Sparkasse". Premiado no 67º Salão Paranaense de Arte Contemporânea; 2º Salão Nacional de Pequenos Formatos de Britânia; 9º Salão Nacional de Belas Artes de Ponta Grossa; possui obras nos acervos públicos do MAC-PR, Museu Paranaense e Museu de Arte de Britânia (GO).

Everton Leite

Everton Leite é artista visual e professor. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas e graduado pela Universidade Estadual do Paraná (2016), desenvolve sua produção artística a partir do cotidiano, explorando a relação com sua casa, memórias de infância e familiares. Trabalhando em diversas mídias, como fotografia, pintura, gravura e publicações de artista, participou de várias exposições coletivas e possui obras em acervos museais.

Isabela Picheth

Isabela Picheth (Curitiba-PR, 1995) é doutoranda em Artes Visuais pela UDESC, mestra em Artes pela FAP/UNESPAR (2023) e bacharel em Superior de Pintura pela EMBAP/UNESPAR (2019). Picheth vem pesquisando o corpo dentro do recorte escultórico, produzindo peças a partir do molde do próprio corpo há 8 anos. Ao longo desse período frequentou o ateliê de escultura da FCC (2017/2019), fez residência no Memorial Paranista (2022) e participou do Projeto Permanente de Experimentação Artística do SESC PR (2018/2019). A artista é membro do coletivo e Ponto de Cultura Grupo Em-cadeia desde 2019.

João Paulo de Carvalho

João Paulo de Carvalho (Curitiba, 1987) é bacharel em pintura pela Unespar (2015-2019). Na sua produção busca entender como as relações entre o sujeito, o lugar e o tempo podem ser elaboradas por meio da pintura e instalação. Foi residente no Museu Casa Alfredo Andersen (2023). Participou do Projeto de Desenvolvimento e Experimentação em Artes Visuais – Sesc Paço da Liberdade (2017) na mostra Em caso de soluço:, no Circuito Universitário da Bienal de Curitiba – CUBIC 3 no Solar do Barão (2017) na mostra Estado de Alerta; e Fronteiras sem Limites no MAC-PR, na 14ª Bienal de Curitiba.

Laura Ridolfi

Laura Ridolfi (Maringá, 1998), formada em Psicologia pela UEM. Vive em Curitiba, PR. A artista utiliza a geometria como motivo de trabalho e procura a introdução de elementos figurativos, criando seu repertório de símbolos e expandindo as memórias e narrativas para além da imagem. Sua última individual foi "Motivos" (2024), com curadoria de Isadora Mattiolli. Participou das exposições coletivas em Maringá, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente é integrante da rede BASA e do grupo de extensão Pintura&Afins da EMBAP.

Luísa Covolan

Luísa Covolan (1996, Curitiba-PR) é artista visual, graduada em Artes Visuais pela EMBAP. Desenvolve trabalhos em pintura, desenho e performance, e nos últimos anos sua pesquisa se consolidou por meio da trama e dos fios. Participou de exposições no Museu Municipal de Arte de Curitiba (MUMA), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), Galeria Ponto de Fuga, Casa Cor Paraná e SESC Paço da Liberdade. Em 2022, recebeu o segundo lugar na categoria de pintura nas Olimpíadas de Artes Visuais da FUNARTE.

 

Osvaldo Marcón

Osvaldo Marcón (1960, Chaco, Argentina) é arquiteto e artista visual. Participou de salões e exposições na Argentina e no Brasil, como o Salón Municipal de Artes Manuel Belgrano (1993), os Salões Nacionais (1993-95) e o programa “Faxinal das Artes” (MAC-PR, 2002). Recebeu distinções como Menção de Honra no MAM-BA, Prêmio Aquisição no 52º Salão Paranaense, Referência Especial do Júri no 53º Salão Paranaense, Prêmio do “Ministerio de Innovación y Cultura de la Provincia” (Santa Fé) e Prêmio UNNE 2022. Em 2021, integrou o Projeto Púrpura e exposição no MAC UNL, Santa Fé. Suas obras integram coleções de museus e instituições culturais.

rafael rodrigues

Rafael Rodrigues é natural de Jardim de Alegre, no interior do Paraná. Mestre em Artes e Graduado em Licenciatura em Artes Visuais, ambos pela UNESPAR. Atua como produtor cultural, promovendo exposições visuais e eventos culturais. Pesquisa as interações entre memórias e objetos, investigando como podem as sensações serem materializadas em imagem tridimensional, pensando os processos de criação em arte na relação com processos de socialização e subjetivação.

 

Ruben Esmanhotto

Ruben Esmanhotto (Curitiba, PR, 1954 – 2015) foi pintor e gravador da “Geração de 70”. Autodidata em muitos aspectos, iniciou os estudos artísticos na Escola Livre de Artes do Colégio Estadual do Paraná (1966-1969). Em 1977 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou com Carlos Scliar na execução do painel do Diário Oficial. Produziu cerca de três mil obras, com destaque para pinturas de fachadas de casarões de Curitiba, naturezas-mortas e cenas marítimas. Sua obra, de rigor técnico e traços hiper-realistas, ultrapassa o caráter documental para criar atmosferas de silêncio e introspecção. Em 2014 lançou o livro “O Momento Suspenso”, celebrando 40 anos de carreira. Seus trabalhos integram acervos como o do MAC Paraná e da Prefeitura de Curitiba.

Vini Maia

Vini Maia é artista e produtor cultural. Formou-se em Gravura na EMBAP e hoje trabalha de forma independente na cultura. Sua pesquisa poética transita entre a gravura, a instalação, os objetos que se empilham e o caminhar. Reflexões entre a deterioração da matéria, a agência da luz e a passagem do tempo são recorrentes em seu trabalho.

 

Secretaria de Estado da Cultura

 

Carlos Massa Ratinho Junior

Governador do Estado do Paraná

 

Luciana Casagrande Pereira

Secretária de Estado da Cultura

 

Elietti de Souza Vilela

Diretora-Geral da Secretaria de Estado da Cultura

 

André Avelino

Diretor de Apoio, Fomento e Incentivo à Cultura

 

Cauê Donato

Coordenador do Sistema Estadual de Museus

 

Fernanda Maldonado

Coordenadora de Comunicação

 

Barbara Haro 

Design Gráfico

 

Amanda Renaly 

Comunicação

 

Alessandro Manoel

Revisão 

 

Museu de Arte Contemporânea do Paraná

 

Juliane Fuganti 

Diretora Geral

 

Joanes Barauna

Coordenadora do Setor de Acervo

 

Crislene Bueno de Carvalho Galdino

Coordenadora do Centro de Pesquisa e Documentação

 

Kamila Kuromiya

Coordenadora do Setor Educativo

 

Mateus Francisco Kramer Sens

Estagiário do Setor de Pesquisa e Documentação

 

Yasmin Munhoz Tobias de Moraes

Estagiária do Setor de Pesquisa e Documentação

 

Sandra Regina Bernardi Pereira Medeiros 

Estagiária do Setor de Acervo

 

Gabriel Rodrigo Santos

Estagiário do Setor de Acervo

 

Heloisa Gurkievicz dos Santos

Estagiária do Setor Educativo

 

Júlia Feacher Garcia

Estagiária do Setor Educativo

 

 

Deve ser aqui

 

Curadoria

Eloisa Fenato

Isadora Mattiolli

Natália Bellos

 

Montadores

Aurélio Baran
Diego Bachmann